Para classificar uma espécie como ameaçada, não basta saber o número de indivíduos na natureza - Texto de Paula Sato / Foto: David Hewettnda
Encontrado apenas na Austrália, o Demônio da Tasmânia passou do status de pouco preocupante para em perigo. |
"Um animal é considerado extinto quando deixa de existir, seja na natureza ou em cativeiro, por causas naturais ou pela ação do homem. Mas, para dizer que uma espécie está em extinção, não basta saber a quantidade geral de indivíduos que existem na natureza", explica Kátia Rancura, bióloga da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Essa classificação é mais complexa e feita com base em critérios adotados pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), mais antiga organização internacional de preservação do meio-ambiente. Segundo a IUCN, as espécies podem ser classificadas em oito categorias: extinta, extinta na natureza, criticamente em perigo, em perigo, vulnerável, quase ameaçada, pouco preocupante e deficientes em dados. Se a espécie foi classificada em uma das duas primeiras categorias é considerada extinta, se está entre vulnerável e criticamente em perigo, corre risco de extinção.
Para se chegar a uma dessas categorias, são levados em conta os seguintes critérios: 1 – Quanto a população diminuiu durante o espaço de três gerações ou qual é a projeção de declínio populacional para as próximas três gerações; 2 – Extensão de ocorrência e tamanho da área que ocupa; 3 – Tamanho da população de indivíduos maduros (prontos para a reprodução); 4 – Análises quantitativas que mostram a probabilidade de extinção na natureza nas próximas três gerações.
Com base nesses critérios, desde 1994 a IUCN publica a chamada Lista Vermelha, um documento que detalha a situação de 45 mil espécies de animais, plantas e fungos. A última lista, lançada em 2008, classifica 10.500 espécies como ameaçadas. Entre os animais vertebrados, 10% de todas as espécies conhecidas correm o risco de desaparecer.
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