domingo, 6 de março de 2011

Computação para Crianças antes dos 3 anos de Idade?


Compreendendo a Criança
Resultado de estudos realizados por pesquisadores em educação a pedido das empresas Broderbund Software, Knowledge Adventure e Byron Press Multimedia, três grandes produtores de Softwares educativos dos Estados Unidos.

Compreender a Criança é respeitá-la.
De uma coisa já se sabe, crianças que nessa faixa etária são forçadas a estudar, quase sempre desenvolvem uma forte aversão pelo estudo, e o pior de tudo, sua auto estima fica de forma importante, abalada. É quase certo que no futuro, venham a ter problemas sérios de personalidade, tais como insegurança e consistência em seus relacionamentos.
Profissionais e pesquisadores da área de educação, concordam agora que estas crianças melhor se desenvolvem quando não sofrem pressão e estão livres para explorar o mundo ao seu modo. Então como devemos nos comportar, diante da recente enxurrada de softwares educacionais destinados ao público infantil de todas as faixas etárias?
Um, promete ensinar números, outro letras, cores, formas geométricas e partes do corpo humano, para crianças já a partir dos 6 meses de idade. Outro garante que crianças entre 2 e 3 anos já poderão aprender a manipular o mouse, entender letras, números, música e vocabulário, etc., etc.

Cuidados especiais e alerta...
Software de qualquer tipo para crianças de 6 meses é um completo absurdo, pois sequer são capazes de enxergar com distinção as coisas à sua volta. E asseguram os especialistas em educação, que crianças nessa idade não precisam de computador, pois elas deverão trabalhar a sensibilidade e desenvolver suas habilidades naturais, através de atividades que as permitam apalpar, cheirar, tocar, mastigar, construir e explorar, com base no mundo real, táctil.
Mesmo crianças na faixa entre 2 e 3 anos, podem ser prejudicadas, pois deixarão de exercer atividades normais, essenciais para seu crescimento físico e emocional, e poderão desenvolver além de doenças próprias do Stress adulto, dificuldades para relacionar-se com outras pessoas, e indiferença com as coisas do mundo real.

A Criança e o Software
Entretanto o software infantil pode ter seu espaço em casa, se for usado com sabedoria. Deve ser visto como outro brinquedo e usado com moderação, digamos 10 ou 15 minutos a cada vez.
Qualquer pessoa que vive com suas crianças, sabe que elas querem imitar os pais ou os irmãos mais velhos. Assim é natural que elas queiram subir em cima do computador para explorá-lo melhor.
Um conselho; dando a criança seu próprio software você pode livrá-la de muitas manias e maus modos. É muito mais fácil dizer "não" para uma coisa se você disser "sim" para algumas outras. Então explique a criança: "Este é o seu software e aquele é o meu".
Só não cometa o erro de "empurrar" o computador em cima de uma criança que esteja fora da faixa etária permitida, quer dizer, menores de 2 anos de idade. Assim mesmo, use apenas softwares específicos e claramente voltados para esse público. Não se deve esquecer, que sendo apenas mais um brinquedo, as atividades serão por tempo limitado, e deverão ser monitoradas pelos responsáveis, conforme dito anteriormente.
E um último e importante alerta: Não confie cegamente nos fabricantes, pois eles são capazes de qualquer coisa para vender seus produtos, até de mentir! Além de tudo isso, o bom senso do pai ou educador deve prevalecer, mesmo diante dos apelos publicitários de quem quer que seja; das promessas que professam transformar seu filho, num piscar de olhos, em um gênio ímpar. Afinal de contas, nada se consegue sem o esforço devido.
Em tempo, há um velho adágio dos antigos sábios do Egito primitivo, antes que os Faraós tomassem conta de tudo, e alertavam sobre a prudência. Dizia assim:
"Para corromper, basta que o corruptor crie uma necessidade para sua vítima. Bonitas palavras bastam para criar na ignorância a falsa sabedoria. Sabedor de tudo isso, o "Sábio" corruptor, torna o corrompido um falso "sábio", escravo do desejo alheio, que agora julga ser o seu."

(Tradução e Revisão: Alberto Filho - Agosto de 2009) 

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