quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A ararinha do bico torto


Walcyr Carrasco

Na floresta, uma ararinha nasce com o bico torto e é rejeitada por seus pais e seus irmãos. Acaba caindo do ninho, indefesa, porque não consegue se alimentar sozinha. É encontrada por Pedro, fotógrafo de natureza profissional, e seu filho Mário, que lhe dão o nome de Nina. Pai e filho levam a ararinha para casa e cuidam dela, dando comida no seu bico com uma seringa. Com o tempo, ela aprende a se alimentar sozinha. Adulta, Nina é levada para o viveiro de uma escola, onde vira sensação entre os outros pássaros, alunos e professores. Acaba encontrando um companheiro e tem dois filhotes. Quando Mário vai visitá-la e ver os filhotes, fica tão orgulhoso de Nina que não pode deixar de sorrir.

1. Possibilidades Pedagógicas
1 (Re)conhecer aspectos de dois gêneros do NARRAR:
• a fábula como uma narrativa em que as personagens são animais que agem como pessoas (p. 4 a 15);
• a história com personagens humanas narrada em terceira pessoa (p. 16 até o final).

2 (Re)conhecer uma história escrita por Walcyr Carrasco, autor de conhecidas novelas de televisão.

3 Criar situação de aprendizagem em que a questão da diversidade seja tema de conversa e trabalho:
“Uma atenção particular deve ser voltada para as crianças com necessidades especiais que, devido às suas características peculiares, estão mais sujeitas à discriminação”, como explicitam dois dos objetivos para a Educação Infantil, para a criança na fase dos quatro aos seis anos:
• Identificação progressiva de algumas das singularidades próprias e das pessoas com as quais a criança convive no seu cotidiano em situações de interação.
• Respeito às características pessoais relacionadas ao gênero, etnia, peso, estatura, etc.
MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular para a educação infantil: Formação pessoal e social. Brasília: MEC/SEF, 1998, p. 37 e 41.

4 Refletir sobre os desafios da convivência – como já sugere o nome da série da qual o título faz parte, Todos juntos – principalmente sobre os desafios da convivência com o diferente.


2. Abordagens Interdisciplinares

LÍNGUA PORTUGUESA
 • comparar semelhanças e diferenças entre a primeira parte da história – a que tem muitos dos elementos da fábula – e uma fábula tradicional , principalmente quanto à moral (explicitada ou não).

ARTE
 • a arte como processo criativo resultante da parceria entre:
– a tecnologia e o trabalho manual na criação da imagem (Cf. nota sobre ilustrador, p. 40);
– a realidade e a ficção (Cf. nota sobre a gênese da história, p. 38)

CIÊNCIAS
 • estabelecer relações entre características e comportamentos dos animais, comparando os comportamentos instintivos dos animais em geral com a racionalidade própria do ser humano:
“– Aves e muitos outros bichos são assim. Rejeitam o filhote diferente. O garoto se surpreendeu. O pai explicou:
– A vida na natureza é difícil. Só sobrevivem os mais aptos. Com o bico torto, ela não consegue se alimentar. Mário olhou a pequena arara com pena. – Então... Ela vai morrer? O homem fez que sim. O menino pediu:
– Pai, deixa eu levá-la para casa?” (p. 20).


3. Temas Transversais
 O confronto entre o comportamento instintivo das aves, evidenciado na fábula, e o racional, em destaque nas atitudes e procedimentos das personagens humanas, permite sensibilizar o leitor para alguns dos
objetivos na abordagem dos temas transversais em educação, com destaque para:

ÉTICA
• adotar atitudes de respeito pelas diferenças entre as pessoas, respeito esse necessário ao convívio numa
sociedade democrática e pluralista;
• adotar, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças e discriminações;
• assumir posições segundo seu próprio juízo de valor, considerando diferentes pontos de vista e
aspectos de cada situação.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas
transversais e Ética. Brasília: MEC/SEF, 1997, p. 97.

PLURALIDADE CULTURAL
• desenvolver uma atitude de empatia e solidariedade para com aqueles que sofrem discriminações;
• repudiar toda discriminação baseada em diferenças de raça/etnia, classe social, crença religiosa, sexo e outras características individuais e sociais.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Pluralidade cultural e orientação sexual. Brasília: MEC/SEF, 1997, p. 59.

MEIO AMBIENTE
• perceber, apreciar e valorizar a diversidade natural e sociocultural, adotando posturas de respeito aos diferentes aspectos e formas do patrimônio natural, étnico e cultural;
• identificar-se como parte da natureza, percebendo os processos pessoais como elementos fundamentais para uma atuação criativa, responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente.

Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Meio ambiente e saúde: MEC/SEF, 1997, p. 54.

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